sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Futebol não se aprende na escola


Futebol não se aprende na escola




       Quando um garoto joga na sua escolinha, sente vontade de pular, gritar, chorar, mostrar seu talento com jogador de futebol. Muitas vezes, se sente um craque num grande estádio onde ele é rei. Pela sua cabeça passam mil sonhos. Olha para as cadeiras especiais e procura a câmara de televisão, na esperança de que seu rosto esteja sendo focalizado. O locutor está dizendo - “Vejam que belo jogador ! Veja este futebol de vanguarda, o futebol de amanhã”. Lá em cima, seu pai, orgulhoso, diz para o torcedor do lado – “Ele é meu filho! Ele tem muito futuro. Vai ser um craque”. Na maioria das vezes, esses sonhos desaparecem.

O futebol mirim existe há muito tempo. Todo clube devia cuidar de suas divisões de base. Entretanto, no futebol alagoano, nossos principais clubes não dão muita bola para esse tipo de trabalho. Preferem gastar com contratações de atletas de outros Estados. Um dinheiro que é gasto pelos clubes e que não têm retorno. Apesar de poucos, existem exemplos de jogadores formados nas equipes de baixo de nossos clubes, que foram lançados nos profissionais e se tornaram atrações. São exemplos que poderiam ser melhor aproveitados pelos nossos dirigentes. O lucro seria a longo prazo, e esse é o problema. Pena que pensem assim. Não sabem o que está perdendo. Como os clubes profissionais não cuidam dos garotos, começaram a surgir as escolinhas de futebol. É nessas escolinhas que os meninos encontram uma sadia, para jogar futebol, lutar por um sonho, que muitas vezes não se tornam realidade.

As escolinhas estão espalhadas por toda Maceió. Escolinhas mais para ricos do que para pobres. Esses vão jogar nas peladas nos bairros, nos campos de barro do Dique Estrada. Os garotos dos bairros ou das escolinhas assistem muitos jogos e reportagens sobre o futebol na televisão. Mas, esses programas, na sua grande maioria, somente mostra o lado rico do futebol. Raramente mostra o lado pobre. São os jogadores milionários que aparecem nas páginas dos jornais, são entrevistados nas emissoras de rádio e suas jogadas são repetidas na TV. Os garotos não sabem que esse lado é privilégio de uma minoria. Seria interessante que as escolinhas mostrassem a seus alunos o lado que eles não conhecem. O trabalho das escolinhas tem que ser educativo. O estudo é muito importante. Deve vir em primeiro lugar. Nas escolinhas o futebol é um lazer.

Fonte: Museu dos Esportes

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